quarta-feira, 8 de junho de 2016

Ora, a minha arte de maiêutico é em tudo semelhante à das parteiras mas difere nisto, em que a ajuda a fazer dar à luz homens e não mulheres e provê às almas geradoras e não aos corpos. E não só, pois o significado maior desta minha arte é que consigo, mediante ela, distinguir, com maior segurança, se a mente do jovem dá à luz quimeras e mentiras, ou coisas vitais e verdadeiras. E tenho em comum com as parteiras precisamente isto: também sou estéril, estéril em sabedoria; e a censura que já muitos me fizeram de que eu interrogo os outros, mas nunca manifesto o meu pensamento acerca de nada, é uma censura muito verdadeira.[...] Por conseguinte, eu próprio não sou de modo nenhum sábio nem se gerou em mim qualquer descoberta que seja fruto da minha alma.» ( in Adorno, página 79)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

outra de bukowiski

Acho que estou acostumado a me sentar num quartinho e fazer com que as palavras tenham algum sentido. Já vejo o suficiente da humanidade nos hipódromos, nos supermercados, nos postos de gasolina, nas estradas, nos cafés etc. Não se pode evitar. Mas tenho vontade de me dar um chute na bunda quando vou a festas, mesmo que a bebida seja de graça. Nunca funciona comigo. Já tenho argila suficiente para brincar. As pessoas me esvaziam. Preciso sair para me reabastecer. Sou o que é melhor para mim, sentado aqui atirado, fumando um baseadinho e vendo as palavras brilharem na tela. Raramente encontro uma pessoa rara ou interessante. É mais que pertubador, é um choque constante. Está me tornando um maldito mal-humorado. Qualquer um pode ser um maldito mal-humorado, e a maioria é.

Bukowski - O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio.
Morrendo Bêbado.

Minha garrafa fica no armário

como um anão esperando para ferir minhas preces

bebo e tusso em uma sinfonia

há luz no sol e aves enlouquecidas em todo lugar pelos confins do mar revolto, bebo intensa e calamente agora
bebo ao paraíso e a morte e a mentira do amor.
[...] Quando minhas mãos pálidas deixarem cair
a última caneta em um quarto barato, eles vão me achar lá
e nunca saberão meu nome, minha intensão nem
o valor de minha fuga.
Charles Bukowski.

Várias vidas

Beber é algo emocional. Faz com que você saia da rotina do dia-a-dia, impede que tudo seja igual. Arranca você pra fora do seu corpo e de sua mente e joga contra a parede. Eu tenho a impressão de que veber é uma forma de suicídio onde você é permitido voltar à vida e começar tudo de novo no dia seguinte. É como se matar e renascer. Acho que eu já vivi cerca de dez ou quinze mil vidas.

Charles Bukowski.
Como ser um grande escritor

Você tem que trepar com um grande número de mulheres, belas mulheres e escrever uns poucos e decentes poemas de amor, e não se preocupe com a idade e/ou com os talentos frescos recém-chegados, apenas beba mais cerveja e mais cerveja, e vá às corridas pelo menos uma vez por semana e vença se possível. Aprender a vencer é dificil - qualquer frouxo pode ser um bom perdedor, e não esqueça do Brahms e do Bach e também da sua cerveja. Não exagere no exercício, durma até ao meio-dia. Evite cartões de crédito ou pagar qualquer conta no prazo. Lembre-se que nenhum rabo no mundo vale mais do que 50 pratas (em 1977) e se você tem a capacidade de amar, ame primeiro a si mesmo, mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma derrota total mesmo que a razão para essa derrota pareça certa ou errada - um gosto precoce da morte não é necessariamente um coisa má. Fique longe de igrejas e bares e museus, e como a aranha seja paciente - o tempo é a cruz de todos, mais o exílio, a derrota, a traição, todo esse esgoto. Fique com a cerveja. A cerveja é o sangue contínuo, uma amante contínua. Arrange um grande máquina de escrever e assim como os passos que sobem e descem do lado de fora da sua janela bata na máquina, bata forte, faça disso um combate de pesos pesados. Faça como um touro no momento do primeiro ataque e lembre dos velhos cães que brigavam tão bem: Hemingway, Céline, Dostoiévski, Hamsun. Se você pensa que eles não ficaram loucos em quartos apertados assim como este em que agora você está, sem mulheres, sem comida, sem esperança, então você está pronto. Beba mais cerveja. Há tempo, e se não há está tudo certo também.
Bukowski - O amor é um cão dos diabos

O Idiota - Arnaldo Jabor

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos …

- Eu sei, respondeu o tolo. “Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda”.

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam… é problema deles.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Uma dica de filme


Em meio aos anos 80, Chris Coles (Mark Wahlberg) trabalha como vendedor em uma loja ao mesmo tempo em que é vocalista de uma banda cover de seu grupo de heavy metal predileto, o Steel Dragons. Até que sua vida muda por completo quando o vocalista da banda deixa o grupo e os demais integrantes o convidam para substituí-lo.
A história de Rock Star foi inspirada em um episódio que ocorreu em 1996 com o grupo Judas Priest, quando o cantor Rob Halford deixou o grupo e foi substituído por "Ripper" Owens, vocalista de uma banda cover do Judas Priest chamada Blood Polution.
O ator George Clooney trabalhou como produtor executivo de Rock Star.

baixe as músicas: "we die all young" e "stand up and shout" muito boas!!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

como fazer uma cajon



1 chapa - 36,60 x 29,50 x 0,04cm 2 chapa - 33,60 x 28,00 x 1,50cm 1 chapa - 33,60 x 29,50 x 1,50cm 2 chapa - 29,50 x 29,50 x 1,50cm Na chapa de 33,60 x 29,50 (3a da lista) faça um buraco de até 5" onde vc preferir. Na chapa de 0,04cm de espessura, cole uma esteira de batera (R$7,00 a 10,00) - ou - corda de violao de aco (1 grossa de contra-baixo e 2 da mais grossa do violao), 2 em forma de V de lado a lado e a mais grossa fechando por cima. - Para colar use cola quente - uns R$10 (?)a pistola e uns R$2 a cola. -- se preferir nao precisa colocar a esteira -- igual ao cajon peruano q nao tem nada... o cajon do Timbaleiro tb nao tem a esteira. O processo de montagem eu fiz com cravilhas de madeira - (R$1,80) o pacote com 100u e cola de madeira (R$5,00). Igual ao de montar um movel tipo criado-mudo. Aconselho - se vc nao tiver experiencia - mandar um marceneiro fazer isso - deve sai barato. E eh melhor se feito em furadeira de bancada. as 2 chapas de 33,60 x 28,00 (2a da lista) paralelas, a 3a da lista liga as duas - formara um U - agora feche os lados perpendiculares as chapas com a 4a da lista. Finalmente, parafuse a 1a chapa da lista fechando a peca Tenta olhar fotos de cajon famosos pra ter uma idéia.AH - os pes de borracha, na Casa das Borrachas aki em Campinas (R$ 3,00) 8 pes de borracha

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Free as a Bird (livre como um pássaro)


Livre como um pássaro
É a próxima melhor coisa a ser
Livre como um pássaro
Em casa, em casa e salvo
Como um beija-flor eu voarei
Como um pássaro sob as asas
O que quer que tenha acontecido
Com a vida que um dia nós tivemos
E nós realmente vivemos um sem o outro
Onde perdemos o contato
Parece significar tanto
Sempre me faz sentir tão...Livre como um pássaro
Beatles

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Norbert Elias explica algumas coisas sobre o jogo de relações, não sei se devo misturar linhas, mas que se dane

Pode-se falar de jogo para dizer que um conjunto de pessoas participa de uma atividade regrada, uma atividade que, sem ser necessariamente produto da obediência à regra, obedece a certas regularidades. O jogo é o lugar de uma necessidade imanente, que é ao mesmo tempo uma lógica
imanente. Nele não se faz qualquer coisa impunemente. E o sentido do jogo, que contribui para essa necessidade e essa lógica, é uma forma de conhecimento dessa necessidade e dessa lógica. Quem quiser ganhar nesse jogo, apropriar-se do que está em jogo, apanhar a bola, ou seja, por exemplo, um bom partido e as vantagens a ele associadas, deve ter o sentido do jogo. [...]

Idéias de Foucault


Parece−me que o que se deve levar em consideração no intelectual não é, portanto, "o portador de valores universais"; ele é alguém que ocupa uma posição específica, mas cuja especificidade está ligada às funções gerais do dispositivo de verdade em nossas sociedades. Em outras palavras, o intelectual tem uma tripla especificidade: a especificidade de sua posição de classe (pequeno burguês a serviço do capitalismo, intelectual "orgânico" do proletariado); a especificidade de suas condições de vida e de trabalho, ligadas à sua condição de intelectual (seu domínio de pesquisa, seu lugar no laboratório, as exigências políticas a que se submete, ou contra as quais se revolta, na universidade, no hospital, etc.);